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Remédios para a desconfiança conjugal. Algumas sugestões.

Descubra o que fazer para recuperar a confiança no relacionamento.

As redes sociais, os noticiários e mesmo a cultura em geral parecem surfar e ganhar notoriedade às custas do sofrimento que decorre das traições, adultérios e infidelidades em geral. Além disso, episódios de algum tipo de infidelidade no próprio relacionamento podem ainda agravar as coisas jogando uma sombra triste no amor conjugal. Há casais que estão juntos, mas não conseguem confiar um no outro. O que fazer?


É necessário aplicar alguns remédios para recuperar a confiança e o relacionamento poder prosseguir com serenidade. Confira as dicas de Padre Cleiton Silva, autor do livro para casais “Os laços entre nós. Dicas para superar as crises no matrimônio | Paulinas Editora, 2021. Clique aqui para conhecer o livro.


Não alimentar a fome sem limite da desconfiança

A desconfiança, depois de instalada, é um buraco sem fundo. Não encontra paz! Não basta receber resposta a uma pergunta, qualquer resposta é insuficiente. Não basta violentar a privacidade das gavetas, dos bolsos ou mesmo do celular: os indícios devem estar muito bem escondidos... assim pensa a pessoa que está em estado doentio de desconfiança.

O que pouco se fala é que essa desconfiança não tem nada a ver com desejo de controle, muitas vezes ela é uma ferida aberta que em vez de remédio recebeu simplesmente um banho de álcool ou qualquer coisa ácida. A dor não se acalma.

Ambos precisam fazer algo. Além do diálogo sincero em que expressam por palavras e comportamento o desejo de permanecerem juntos, precisam também se organizar para não alimentar a fome sem limite da desconfiança.

·       Aquele que desconfia precisa apoiar-se nos fatos e não na sua percepção. Quando não nos atentamos aos fatos nossa cabeça imagina, inventa e cria um estado tal de angústia que nos faz cegos aos fatos.

·       Aquele que sofre a desconfiança precisa melhorar sua comunicação e não deixar que mal-entendidos piorem as coisas. Clareza na comunicação pode ser um grande remédio.

·       Além de tudo, e isso é essencial, precisam monitorar quais influências externas distorcem sua capacidade de comunicação. É importante perceber se em amigos ou mesmo familiares não há quem sabote a confiança alheia.


O tempo não é remédio, mas permite que o remédio faça efeito

Infelizmente, cada coisa tem seu tempo para acontecer. Assim como a desconfiança não se instalou da noite para o dia, a confiança não se recupera depois de uma conversa.

O tempo não é remédio, mas se vocês permanecerem nos cuidados adequados poderão experimentar a recuperação da confiança. Os remédios adequados, repito, são a boa comunicação e o cuidado com as más influências.


A aliança, a promessa e o namoro na rotina

Os casais devem aprender a renovar com frequência seus propósitos, como o padre, ao celebrar a missa, pronuncia várias frases em que relembra para si (e para Deus) suas intenções ao celebrar a missa.

A aliança do casal não é enfeite, mas um símbolo de uma decisão que precisa ser sustentada diariamente. Essa decisão precisa sempre ser retomada com a repetição das promessas que um fez ao outro quando sonharam estar juntos.

Uma boa rotina conjugal também ajuda a recuperar a confiança. O essencial da rotina conjugal precisa ser o namoro, o encanto, a troca de palavras afáveis, os gestos de querer sempre reconquistar o outro.

O casal precisa cuidar dos seus múltiplos papéis (pais, profissionais, voluntários, etc), mas não pode esquecer sua vocação: o amor que um tem pelo outro. Geralmente se esforçam para ser ótimos pais, mas são namorados medianos; desejam ser profissionais de sucesso ao custo de se esvaziarem no amor. Há uma necessidade urgente de os casais recuperarem a dimensão do namoro de modo permanente.


Padre Cleiton Viana da Silva é presbítero da Diocese de Mogi das Cruzes (SP), doutor em teologia moral pela Academia Afonsiana (Roma), mestre em bioética pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em marketing e mídias digitais pela FGV, professor de teologia na Faculdade Paulo VI, autor por Editora Paulinas e ministra cursos presenciais e on-line. Conheça seus próximos cursos e atividades. Clique aqui.


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