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Quando o problema é mais embaixo: da percepção às soluções

É libertador se dar conta que o tamanho do problema

tem a ver com o modo como olhamos para ele.

 

É muito comum vivermos a experiência de não saber como enfrentar problemas novos. O diagnóstico de uma enfermidade em nós ou em alguém que amamos, a desarmonia intensificada em um relacionamento ou mesmo sua ruptura, uma situação injusta no trabalho ou no ambiente familiar são coisas que podem nos desconcertar bastante. Porém, há muitas coisas que podem ser feitas nessas horas de abalo.


Como anda minha capacidade de observar bem os meus problemas?

No meu livro “Empreenda com fé. Chave espiritual para empreendedores | 2022” reservei um capítulo apenas para tratar esse assunto, mas ele não é importante apenas para empreendedores. Independente do estilo do nosso trabalho, as coisas têm o tamanho da nossa capacidade de observar.

Quando aprendemos isso, descobrimos que é libertador se dar conta que o tamanho do problema tem a ver com o modo como olhamos para ele. Nesse aspecto, retomo o aviso sobre o “catastrofismo” que é aquela tendência de entrar em pânico e entregar-se ao pior, chutando o balde.

É sempre importante avaliar o problema, perceber suas perspectivas e principalmente, os aspectos do problema que eu posso controlar. O que está em meu poder de influenciar e o que não está? O que depende de mim e o que não depende? O pensamento catastrófico faz com que eu imagine não poder fazer absolutamente nada.


Concentrar-me no que posso e no que está ao meu alcance

Se é um problema de saúde, quais são as mínimas coisas que eu posso fazer para reverter a situação, quando é possível, ou pelo menos segurar o processo da doença?

Se o meu problema é de ordem de convivência, o quanto realmente preciso interagir com essa pessoa? Se ela me agride com indiretas, preciso aprender a não abraçar as indiretas, me apegar aos aspectos mais objetivos e evitar contatos informais.

Quando o problema é financeiro, cavando um poço nas dívidas, a gente começa soltando a pá que faz o nosso buraco ficar maior. Se não posso aumentar minha renda, o que posso fazer para que as saídas se controlem? Se gasto para não fazer feio para as pessoas, elas realmente merecem a perda da minha paz?

O esforço de olhar para si e ver o que se está ao alcance faz toda a diferença. Isso nos ajuda a não cair no sentimento de estar diante de uma catástrofe inevitável. Dê tempo para refletir sobre o que está ao seu alcance. Vale a pena.


E quando não depende somente de mim?

Talvez essa pergunta exija outro texto depois, mas é muito básico pensar na sua resposta, ainda que não seja simples tirar as conclusões práticas. A pergunta é: até onde o outro pode ser a razão do caos da minha vida? Até onde eu deixar.

A depender do tipo de relacionamento, o grau de compromisso e cumplicidade deve ser maior seja um casamento seja uma sociedade. Mesmo uma amizade precisa ser avaliada assim. Relacionamento sem compromisso e cumplicidade é uma caixa vazia. No curto prazo é legal abraçar, mas no longo prazo se percebe que não há nada ali além da caixa...

Se o seu problema precisa ser enfrentado a dois, a três ou como equipe, se faltarem o compromisso e cumplicidade não tem como resolver. É como jogar água fora de um barco furado. Não dá resultado nenhum e é muito cansativo. Esgota.

Quando se percebe isso, e não se tem no horizonte romper as relações, então o principal problema já não está na lista do que mencionamos anteriormente, mas o desafio de fazer que um relacionamento seja verdadeiramente um relacionamento. É hora de sentar juntos e dialogar sobre as situações, os fatos e exemplos concretos em que faltam o compromisso e a cumplicidade.


Padre Cleiton Viana da Silva é presbítero da Diocese de Mogi das Cruzes (SP), doutor em teologia moral pela Academia Afonsiana (Roma), mestre em bioética pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em marketing e mídias digitais pela FGV, professor de teologia na Faculdade Paulo VI, autor por Editora Paulinas e ministra cursos presenciais e on-line. Conheça seus livros, próximos cursos e atividades. Clique aqui.


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