Posso ajudar você a evitar conflitos desnecessários? Já se viu no meio de um conflito e se deu conta que não era para você estar ali? É muito difícil construir um ambiente saudável de relacionamento familiar ou de trabalho, mas em segundos podemos nos envolver em situações que colocam tudo a perder. Na minha experiência como padre e conselheiro do povo, aprendi a diferenciar solidariedade de ingenuidade, caridade de precipitação.
Ser solidário não faz de você um super-herói
Colocamos em nossa cabeça que ser solidário é solucionar os problemas dos outros, aí, mal ouvimos um desabafo e pronto: olha a gente se comprometendo com o que não deve e dando conselhos que depois nos trarão problemas que poderiam ser evitados. Confundimos empatia, a habilidade de colocar-se no lugar do outro, com solucionar os problemas dos outros. Solidariedade não nos transforma em super-heróis!
A história é sempre assim: alguém chega, nos conta uma situação bastante complicada, começamos a sentir a dor do outro e quando nos vemos estamos comprando para nós uma briga que não é nossa. Em situações normais, isso pode ser um sinal de caridade, de solidariedade, de ingenuidade e até de pouca experiência de vida.
Dois cuidados importantes
Onde está o erro disso? O erro é falar do que não se sabe, comprometer-se com o que não entendemos de verdade. Para evitar isso, duas preocupações que você precisa ter. Primeira preocupação:
quantos lados da história você está conhecendo?
E se há outras coisas importantes que não lhe contaram?
Suas decisões serão baseadas em informações insuficientes. Enquanto você escuta o outro, você deve se perguntar:
Estou ouvindo toda a história ou só uma parte?
Segunda preocupação importante, consequência da anterior: qual é a relação entre esta pessoa que está “desabafando” e os problemas que ela vive? Em outras palavras, será que é realmente vítima de tudo ou também tem sua parte de participação? Se você não se perguntar sobre isso, pode entrar em encrencas imensas...
Quantas brigas de família ou no trabalho acontecem porque nos doemos sem conhecer a história inteira e sem verificar o quanto as pessoas contribuíram para criar os problemas dos quais padecem.
Escute mais, envolva-se menos!
Meu conselho prático: escute mais, envolva-se menos. Escute, pergunte, ajude a pessoa colocar-se no lugar dos outros envolvidos na história, questione o grau dos sentimentos e emoções que estão sendo percebidos... E principalmente, ajude a pessoa a tomar consciência sobre o que ela realmente sente que precisa ser feito: Fulano, o que você aconselharia a um amigo seu nessa situação?
Empatia, solidariedade e compaixão são habilidades que exigem muito treino, percepção e experiência. Comprometer-se pelo impulso dos sentimentos provocados pela história do outro pode muitas vezes trazer mais problemas que solução.
O que é nossa vida sem bons conselhos?! LEIA MAIS: OUTROS CONSELHOS QUE (NÃO) ME PEDIRAM
Compartilho também um vídeo sobre os principais vícios na vida de um casal, vícios que atrapalham o relacionamento. Vale a pena conferir. Inscreva-se no CANAL e receba as atualizações dos vídeos.
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