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TEMPO É O MELHOR PRESENTE PARA O SEU FILHO!

Quase todos os dias recebemos notícia de adolescentes que cometeram suicídio ou tentaram contra sua vida. Vejo todos os dias pais sufocados pelo trabalho, em condições de vida muito difícil e ainda desesperados sem saber o que fazer para ajudar seus filhos adolescentes em conflito.


Você aceita conversar comigo sobre isso? Fiz este texto para você: pai, mãe, educador ou amigo de jovens que todos os dias dão sinal de insatisfação com a vida, isolam-se e nos deixam apavorados. Caso você goste deste texto, converse sobre ele com seus amigos, compartilha com sua família e vamos juntos construir uma rede de apoio e de troca de ideias. Vamos?


Nestes mais de 13 anos de padre, tenho acompanhado inúmeras famílias, jovens e sei como é difícil para os pais lidarem com o sofrimento de seus filhos, sei como é difícil construir com eles um diálogo de confiança e apoio. Muitos pais percebem todos os dias como isso é difícil, parece que toda aquela ligação entre eles e seus filhos vão se perdendo. Mas é possível redirecionar as coisas. Conheço muitos pais que se deram contam de que podem sim reconstruir essa ponte entre eles e seus filhos.


Há alguns anos, um menino na catequese começou a dar um pouco de trabalho... As catequistas praticamente não sabiam o que fazer e se era conveniente deixar que o menino continuasse na catequese porque era praticamente impossível dar catequese com toda a bagunça que ele fazia. Às vezes, beirava a agressividade.

Sabendo da situação, visitei a turma e procurei brincar um pouco com eles, fazendo piada sobre time... e tentei conversar mais com o menino enquanto puxava assuntos variados com a turma. No meio da conversa, perguntei para eles sobre família, como era com os pais, a vida em casa etc.


Resumindo a história, em algum momento ele disse: Eu simplesmente não vejo meu pai, nunca mais jogamos futebol juntos... Era um menino de 6 a 7 anos! Conversando depois com os pais dele, a situação era a mais comum que já conhecemos: por causa das dificuldades financeiras, o pai começou a trabalhar em dois empregos não tendo quase nenhuma possibilidade de ficar junto com os filhos, esse da catequese e uma outra que já era adolescente.


Pais ricos e pais pobres estão todos sobrecarregados com muita coisa para fazer e não é justo ninguém culpar justamente aqueles que mais amam seus filhos, por eles se sacrificam e até mesmo perdem a saúde de tanto trabalhar. Preocupados em ajudar seus filhos, acabam correndo atrás de todo tipo de solução. Mas o que precisamos compreender é que o tempo é o melhor presente que se pode dar aos filhos, é o mais importante investimento que os pais podem fazer pelos seus filhos.


Em 2017 concluí um livro para jovens e pais: Coração inquieto. É fruto de muito tempo que passei com jovens e pais, ouvindo suas dificuldades, dúvidas e angústias de tantos corações inquietos mesmo; é fruto de todos os anos que tenho me dedicado a estudar, pesquisar e escrever assuntos sobre relacionamento entre família, pais e filhos e vida de comunidade.


Nesse livro publicado pela Editora Paulinas (2018), há um capítulo sobre conflito com os pais em que Lucílio, um jovem universitário de 19 anos, coloca às claras suas mágoas e chateações com seus pais e o padrasto. As causas do conflito poderiam ser solucionadas se eles tivessem mais tempo para dialogar, conhecer-se e colocar-se um no lugar do outro. Repito: dê ao seu filho um pouco mais do seu tempo! Talvez seja pouco, mas passe com ele mais tempo.



Quero concluir deixando para você dois pedidos. O primeiro é contabilize quanto tempo você consegue estar com seu filho. Calcule. Veja quantos minutos, horas você passa com o seu filho ou filha. O segundo pedido é veja o que você realmente sabe do seu filho. Verifica se você realmente conhece seu filho, se sabe do que ele gosta, das músicas que ele gosta, o nome dos principais amigos dele, o nome dos professores que o influenciam. Sem tempo e sem se conhecer não é possível dialogar.


Muitas coisas não estão nas mãos dos pais, nem de ninguém. Não podemos controlar nossos filhos, nem seus pensamentos nem o que pretendem fazer de suas vidas. Mas a única coisa que está nas nossas mãos é o esforço de passarmos mais tempo com quem amamos, saboreando a presença da pessoa, sem julgar ou pegar muito no pé. Apenas estar juntos...

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