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ESPIRITUALIDADE DO EMPREENDEDOR? 3 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS

Atualizado: 3 de ago. de 2020

Tópicos do artigo

  • Introdução

  • Vocação empreendedora: consciência do chamado

  • Equipe porque não fui chamado sozinho

  • Sinal concreto de nossa vocação

  • Uma oração para iniciar cada dia de trabalho



Espiritualidade é elemento essencial na vida de todo ser humano, como a respiração. Porém, assim como nem todos respiramos do mesmo modo, podemos falar de uma espiritualidade conforme as condições de cada pessoa, conforme seus propósitos de vida e seus desafios. Tanto a criança de 6 anos como o sr. João de 65 anos e Tibúrcio de 17 anos respiram (se estiverem vivos!). Mas cada um exercita, desenvolve e vive sua respiração de modos muito diferentes. E de tempos em tempos, todos nós tentamos aprender um jeito melhor de respirar.

É neste sentido que podemos sim falar de uma espiritualidade do empreendedor, ou seja, um modo específico de desenvolver a espiritualidade dentro de um campo de trabalho bastante particular. De acordo com sua religião e fé, o empreendedor deverá aprender a nutrir sua espiritualidade a partir de, pelo menos, três elementos essenciais: sua vocação, sua equipe e seus clientes.


Vocação empreendedora: consciência do chamado

O primeiro é a memória da sua vocação empreendedora, o que podemos também chamar de propósito. Atrás de todos os eventos e fatos que fizeram você decidir-se por iniciar um novo empreendimento, ressoa ainda a vocação do primeiro homem na face da terra: “Iahweh Deus tomou o homem e o colocou no jardim de Éden para o cultivar e guardar.” (cf. Gn 2, 15) Em tudo que fazemos com nosso trabalho, em tudo que procuramos modificar e reconstruir nesse mundo, ressoa no mais íntimo da nossa existência esse chamado que Deus nos faz para cultivar e guardar o mundo que encontramos. Cultivar e guardar estão no horizonte do trabalhar, cuidar, transformar, aperfeiçoar e desenvolver.

Em nossa vocação empreendedora ressoa o chamado divino para que o homem continue a obra da criação. Sou consciente disso ou simplesmente imagino que empreender é uma iniciativa meramente pessoal? Se me sinto chamado, sei que Alguém me chamou e me capacitará. Se tudo é apenas meu, então tudo depende de mim e de minha pequenez...


Equipe porque não fui chamado sozinho

Como todos os que foram chamados por Deus, também o empreendedor tem sua equipe assim como Moisés, Josué, Davi, Salomão e o próprio Jesus. Nossa equipe é fonte de renovação da nossa espiritualidade. Não fui chamado sozinho, outros também o foram e Deus nos reuniu nesse momento. Nossas equipes se fazem, se desfazem, se transformam, mas principalmente nos ajudam a conhecer melhor nossa vocação, nossas condições e limites e nos ajudam a fazer nossa história. Semelhante a Jesus que rezava e instruía sua equipe, os doze apóstolos, também não existe espiritualidade do empreendedor que não passe pela oração pela vida da equipe. Veja, é mais do que equipe de trabalho, é equipe com a qual vivo minha vocação empreendedora.

Uma leitura dos evangelhos pode nos ajudar a compreender como é fundamental construir a espiritualidade a partir da convivência com a própria equipe. Jesus consegue unir, por causa do propósito: o Reino, pessoas de várias tendências, com perfis e mentalidades bastante diferentes e provenientes de atividades completamente diferentes. O líder consciente de sua vocação e com clareza nos seus propósitos é sempre ponto de coesão e crescimento da sua equipe e ele também cresce com sua equipe. Procuro ver nos conflitos na equipe sinais de que talvez nossos propósitos não estejam claros? Percebo-me como animador da vida de equipe ou simplesmente me resigno a separar quem está contra mim de quem não está contra mim?


Sinal concreto de nossa vocação

O terceiro elemento é o foco naqueles a quem atendemos. O mercado nos ensina a chamar de cliente ou consumidor, mas as pessoas que recebem nosso trabalho são muito mais do que isso: são como o desfecho visível do nosso chamado. No paciente que o médico atende, no cliente cuja casa foi construída, no estudante que desenvolve novas habilidades ou no proprietário cujo carro foi consertado... em todos eles o empreendedor vê sinais concretos da realização de seu sonho, de sua vocação e projeto. Nos elogios, nas críticas e sugestões o empreendedor pode compreender melhor os caminhos pelos quais deve percorrer.

Quando o empreendedor compreende que o seu cliente não é simplesmente cliente, mas uma parte da visibilidade do seu chamado, elementos como foco no cliente e fidelização não se tornam metas vazias, frias, utilitárias e meramente econômicas, mas se torna um estilo de vida, de trabalho e um valor de referência na sua empresa. Consigo enxergar as pessoas a quem atendo como um sinal da realização da minha vocação e do meu propósito? Tenho uma visão meramente mercadológica e utilitária das pessoas?


Uma oração para iniciar cada dia de trabalho

Compartilho com você uma oração que me acompanha há muito tempo. É a oração a São José composta pelo papa são Pio X:

Glorioso São José, modelo de todos os que se dedicam ao trabalho, obtende-me a graça de trabalhar com espírito de penitência para expiação de meus numerosos pecados; de trabalhar com consciência, pondo o culto do dever acima de minhas inclinações; de trabalhar com recolhimento e alegria, olhando como uma honra empregar e desenvolver pelo trabalho os dons recebidos de Deus; de trabalhar com ordem, paz, moderação e paciência, sem nunca recuar perante o cansaço e as dificuldades; de trabalhar sobretudo com pureza de intenção e com desapego de mim mesmo, tendo sempre diante dos olhos a morte e a conta que deverei dar do tempo perdido, dos talentos inutilizados, do bem omitido e da vã complacência nos sucessos, tão funesta à obra de Deus! Tudo por Jesus, tudo por Maria, tudo à vossa imitação, ó Patriarca São José! Tal será a minha divisa na vida e na morte. Amém. (São Pio X)


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