Vaticano no vermelho e nossas paróquias também. Sabe por quê? Porque nossa missão é anunciar o Evangelho e não fazer negócios...
Mas poucos entendem isso.
Há mais de três meses nossas Igrejas estão fechadas para o culto público, nossas romarias, nossas quermesses e procissões foram canceladas.
Nós padres não sabemos até onde nós mesmos podemos ser portadores de uma doença e não da boa notícia. E não é falta de fé, é apenas conhecimento sobre o que se passou na Itália, na Espanha e tantos outros países. Padres que celebraram em conventos e junto de si levaram um vírus que devastou conventos, casas de repouso e hospitais.
Não fechamos nossas Igrejas para descansarmos no sofá das casas paroquias. Muitos tivemos que aceitar usar as redes sociais, mexer nelas e passar vergonha nelas para tentar ficar mais perto do povo. Lives, catequeses online, telefonemas e tantas novas rotinas foram imediatamente incorporadas à evangelização.
De um domingo em contato com uma multidão a outros dias sem ver ninguém, a não ser trocar mensagens por celular...
Tudo que sabíamos, tudo o que fazíamos e para o quê havíamos sido preparados, tudo isso se modificou.
Infelizmente, mesmo dentro de nossas comunidades houve aqueles que primeiro pensaram nas contas antes mesmo de se perguntar como seria a evangelização, a situação do povo ou do pastor. Mas Deus nunca desamparou aqueles que O invocaram.
Padres ficaram sem contato com seu rebanho e católicos “pipocantes” perceberam a importância de pertencer a uma comunidade, identificar-se com uma comunidade, ser acompanhado por um pastor e apoiar sua comunidade.
Talvez a pandemia chamou a atenção para excessos e negligências de muitos lados, mas revelou que a Igreja não é casa de comércio e nunca foi.
Não hesitamos em cuidar de nosso povo mesmo quando este não entendia que rumo deveria ser tomado. Noites em claro, orações confusas e necessidade de dar respostas para perguntas que nunca havíamos formulado. Mas Deus nunca desampara.
Contas no vermelho ou não, continuaremos a proclamar o que vimos e ouvimos. Contas no vermelho ou não, seremos julgados pelos fardos que aliviamos ou pelo peso que jogamos aos ombros dos outros.
A pandemia passará. Veremos ou não. Mas passará. E os que ficarem conhecerão que a Igreja é construída sobre a rocha da fé, não a areia dos negócios. Anunciamos o Evangelho. Isso.
Great read thannks