A vida ensina, mas nem todo mundo aprende! Eis a constatação que os mais velhos sempre repetem. Por que algumas pessoas têm tanta dificuldade para tirar as lições que a vida oferece? Por que nós mesmos nem sempre aprendemos com os fatos da vida? Talvez se você parasse hoje para fazer um caldo, ficaria mais fácil entender. Ou, pelo menos, me segue nesse texto.
Os ingredientes sozinhos não são o caldo
Repete comigo: Os ingredientes sozinhos não fazem o caldo! Repete em voz alta, não ouvi daqui: Os ingredientes sozinhos não fazem o caldo! Para fazer um bom caldo precisamos de alguns ingredientes que podemos dividir, pelo menos em três categoria:
A água que vai dar o corpo do caldo
Os temperos que vão perfumar e dar complexidade ao sabor do caldo
E o ingrediente principal que vai dar a cara, a identidade e o nome do caldo.
Pois bem, mas tudo isso ainda não é o caldo! Além dos ingredientes precisamos considerar a proporção da água, dos temperos e do ingrediente principal. Se não, o caldo até sai, mas sai tão temperado que não conseguimos perceber seu sabor, ou sai aguado ou esquisito. Quando tudo é colocado do jeito certo, e às vezes, no momento e na ordem certa, a mágica acontece. Opa, ainda não!
Para o caldo o tempo não é detalhe
Não basta ter os ingredientes nem estarem na proporção certa. Ainda precisamos do fogo e do tempo. Somente eles podem de verdade despertar os aromas, modificar a consistência e levar todos à harmonia de sabores que chamamos de caldo.
A sabedoria na vida é assim também. Os ingredientes são as lições da vida, os fatos, os sustos, os projetos, as alegrias ou decepções, os recomeços e nossa fé, nossa esperança.
A proporção dos ingredientes é equilibrar o eu e o nós, o agora e o depois, o material e o espiritual, o entendimento e a intuição, a clareza e sensibilidade, a técnica e a arte.
Mas é somente a fervura no tempo certo que desperta em nós o aprendizado sobre a vida. Não adianta o conselho sem a experiência e o tempo para quem ouve. Não adianta o livro sem a curiosidade e o tempo para quem lê. Pouco adianta a observação sem a humildade e o tempo para quem deseja ser sábio. O tempo faz a diferença...
Assim como cada alimento tem seu ponto de cozimento, assim também a busca da sabedoria exige que cada um descubra o seu ritmo e suas condições.
Os ingredientes estão à disposição, a proporção deles vamos reconhecendo como deve ser, mas a fervura... essa exige paciência. Deixa eu desligar a panela, vou ver se meu caldo está pronto.
Abraço e boa semana a todos!
Dedico esse texto à Equipe de Festa da 52ª Festa de São Pedro Apóstolo (César de Souza, Mogi das Cruzes - SP) desse ano e todos os demais que colaboraram nessa festa: muitos limites para organizar, mas um amor que superou os limites trazendo alegria e sentimento de família. Deus os abençoe, proteja e recompense pela dedicação.
Padre Cleiton Viana da Silva acompanha a Pastoral do Empreendedor, é autor do livro Empreenda com fé – chave espiritual para empreendedores. É pós-graduado em marketing e mídias digitais pela Fundação Getúlio Vargas, mestre e doutor em teologia moral (Academia Afonsiana/Roma), escritor pela Editora Paulinas e também autor independente. Conheça seu canal no YouTube e siga-o no Instagram: @padrecleitonsilva
Que texto maravilhoso padre, a analogia com o preparo de um caldo foi sensacional. Da mesma forma que cozinhar é uma arte e requer dedicação e paciência, viver também é. Obrigada por nos presentear com essas palavras!!😊