Entenda que o dízimo não nasce da palavra do padre, mas da Palavra de Deus que chama à fé e à partilha.
Mês da Palavra é também mês da escuta, da acolhida e da vitória sobre toda forma de surdez. O evangelho nos faz ouvir Jesus dizer a cada um de nós para sairmos do nosso fechamento: “Effathá” (Mc 7,34) Abre-te!
O dízimo não nasce da palavra do padre nem da palavra da pastoral do dízimo,
mas da própria Palavra de Deus que chama o ser humano à fé e à partilha.
Basta pensar que o milagre da multiplicação dos pães acontece enquanto Jesus pregava (cf. Mc 6,30-44).
O dízimo, a partilha dos dons por fé e agradecimento, nasce do desejo de que a Palavra pregada por Cristo não seja interrompida. O dízimo que você oferece com fé e alegria é condição para que a Palavra de Jesus continue sendo anunciada sem jamais parar.
Sem abertura do coração, o dízimo é taxa. Sem escuta da Palavra o dízimo não passa de uma colaboração entre outras. Mas vivido na fé e na escuta da Palavra o dízimo é expressão do desejo de ver a Palavra se espalhar e fecundar os corações.
É verdade que Jesus para curar o surdo precisa afastá-lo da multidão assim como o dizimista precisa aprender a superar as influências deste mundo egoísta e que rejeita os ensinamentos de Cristo.
Mas aquele que se deixa conduzir por Jesus não apenas tem seus ouvidos libertos, mas torna-se também capaz de anunciar suas maravilhas com sua vida. Abre-te à experiência da escuta da Palavra. Abre-te à experiência do dízimo.
Padre Cleiton Silva é padre há 18 anos, pertence ao clero da Diocese de Mogi das Cruzes, é doutor em teologia Moral pela Academia Afonsiana (Roma), assessora a Pastoral do Dízimo em sua Diocese e leciona teologia na Faculdade Paulo VI. Uma de suas obras publicadas por Paulinas Editora é "Dízimo, uma nova experiência. Itinerário espiritual." Já esteve nas (arqui)dioceses de Campo Limpo (SP), Vitória (ES), Borba e Manaus (AM) assessorando cursos para Pastoral do Dízimo.
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