Uma das angústias de um pequeno empreendedor quando se aventura pelo mundo do marketing é a dificuldade de priorizar o que realmente importa na construção da sua estratégia de marketing. Fala-se de muitas coisas e você se sente perdido, realmente desorientado.
Creio que tudo seja um círculo virtuoso, de modo que cada momento faz você rever, corrigir e melhorar etapas anteriores, mas há sim um ponto de partida. Ao longo da leitura, pense sempre em como fazer, como organizar, como alcançar o que se pretende. A preocupação com o como ajudará você a pensar suas estratégias. Sobre ela voltaremos daqui uns dias...
Os Ps básicos: produto, preço, praça e promoção
O ponto de partida mais básico é pensar o que você pretende oferecer para quem, a que custo, onde seu cliente pode encontrar e como você organizará esse processo de comunicação, ou seja, estamos falando dos famosos Ps do marketing. Eles são essenciais na sua estratégia:
O produto que é exatamente o que você quer oferecer ao seu cliente: a coxinha de frango, o café gourmet ou o carro de luxo; o produto também pode ser a prestação de um serviço que sua empresa realiza;
O preço com toda sua complexidade de reposição de investimento, licitude fiscal, ganho sobre investimento e perspectiva futura de manutenção e ampliação do negócio;
A praça que corresponde aos espaços (físicos ou não físicos) onde você vai se encontrar com seu cliente ou onde ele se encontrará com seu produto;
A promoção que é um conjunto de elementos pelos quais você atrai (divulga) seu cliente e o mantém (fideliza sua clientela) em constante comunicação efetiva.
Cansa só de elencar esses elementos que são também etapas que não deveriam ser puladas – ou seja – não dê preço de venda se você ainda não sabe exatamente quanto custa seu produto; não leve seu produto à praça se você ainda tem dúvidas se ele poderá trazer a margem de contribuição que você precisa para repor seus investimentos, manter-se na licitude fiscal e garantir a manutenção e mesmo ampliação dos seus negócios; não o promova se você não tem garantia de que as pessoas o encontrarão na praça...
Talvez você esteja dando risada porque todos esses passos são óbvios, mas muitos descobriram a duras penas... Não falo de você, mas de um conhecido meu!
Afiando as ferramentas: seu mercado, público-alvo e concorrentes
Os elementos anteriores permitem que você veja um pouco o conjunto da obra, mas agora é necessário considerar alguns desses elementos com mais detalhes e ainda com maiores cuidados. Aqui não dou respostas, mas apresento a você perguntas que devem ser um ponto de pesquisa para você conhecer melhor o seu próprio negócio. Elas se complementam e vão ajudar você a abrir os olhos para fatores que você pode controlar e identificar alguns sobre os quais você talvez não tenha tanto controle.
Certamente você já tem uma ideia disso tudo, mas será que você tem os dados, as informações mais concretas que permitem que você compreenda seu cenário no médio e longo prazo e possa se planejar?
Qual é o meu mercado? Em qual setor meu negócio se insere? Tem crescido nos últimos anos? Tem tido dificuldade? Esse mercado é muito competitivo? Quais são as vantagens e desvantagens que eu tenho? Qual é a fatia de mercado que posso alcançar?
Quem é meu público-alvo? Para quem eu realmente quero vender, quem realmente pode se interessar pelo meu produto ou serviço? Quais as condições do meu público-alvo e onde eu posso encontrá-lo? Se você já atua, qual a visão que seu público-alvo tem do seu negócio, produto ou serviço?
Quem é meu concorrente? Há somente concorrentes diretos ou tenho também concorrentes indiretos? Por exemplo, se tenho um restaurante, a lanchonete vizinha certamente é um concorrente direto, mas o aplicativo de delivery é um concorrente indireto. Quais vantagens posso ter sobre eles? Quais desvantagens posso ter com eles? O que faria um potencial cliente preferir meu produto ao dos concorrentes?
Objetivos, metas, cronograma e avaliação
Por último nesse texto, mas primeiro no coração, estão as respostas a essas perguntas:
O que você pretende alcançar com seus negócios? Os objetivos podem ser genéricos e por isso enganosos. Vale a pena pensar em metas: números e indicadores que você possa ver com clareza se chegou ou não aonde desejava chegar.
Em quanto tempo? Dentro de qual cronograma? As pessoas não estão esperando você chegar com seu produto ou talvez ainda não estejam, por isso, o tempo é um fator determinante para que conheçam, experimentem, avaliem, se fidelizem e divulguem seu trabalho.
Passado o prazo do seu cronograma, como estão as coisas? O que você pode avaliar? Quais acertos, quais erros, quais aprendizados? Quais os futuros planos?
Como disse no início, esses três blocos de elementos se complementam, se avaliam e se sustentam como os pilares para sua estratégia de marketing. Tudo o que você encontrou aqui ajuda você a refletir e planejar, vale a pena escrever tudo isso em tópicos. Se você desejar, baixe gratuitamente o pdf do folheto do Plano Estratégico de Marketing do meu livro Seu 1º livro – da ideia inicial ao plano de marketing.
Padre Cleiton Viana da Silva acompanha a Pastoral do Empreendedor, é autor do livro Empreenda com fé – chave espiritual para empreendedores. É pós-graduado em marketing e mídias digitais pela Fundação Getúlio Vargas, mestre e doutor em teologia moral (Academia Afonsiana/Roma), escritor pela Editora Paulinas e também autor independente. Siga-o no Instagram: @padrecleitonsilva
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