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ABORTO: A NOVA BACIA DE PILATOS PARA A PAZ

Foto do escritor: cleiton viana da silvacleiton viana da silva

Tópicos do artigo

  • Cultura de morte, falta de lucidez, falta de empatia

  • Por que o aborto é a bacia de Pilatos?

  • Um convite à reflexão

Minhas redes sociais


Olha o tema do aborto se reacendendo novamente em nosso país!


Cultura de morte, falta de lucidez, falta de empatia

O aborto é um assunto espinhoso, mas ele é o fruto amargo de uma árvore de morte, a cultura de morte tão denunciada por são João Paulo II (cf. Evangelium vitae) e enfrentada por santa Madre Teresa de Calcutá. Aliás, talvez nosso tempo seja carente da lucidez desse grande santo e da empatia dessa grande santa. E é assim que o tema do aborto ganha destaque: quando faltam a lucidez e a empatia.


A falta de lucidez observamos quando o problema é apresentado como gestante contra nascituro. Aí toda a discussão gira em torno de quem tem mais direito que o outro? A vida de quem iremos preservar?


A falta de empatia, ou a empatia seletiva – que também é falta de empatia em sentido pleno, aparece no momento que uma vítima é chamada de assassina, uma vítima torturada por um longo tempo dentro do ambiente que deveria ser seu lar...


Por que o aborto é a bacia de Pilatos?

Há muito mais para se discutir do que o aborto. Mas para ambos os lados o aborto é como a bacia de Pilatos com a qual ele pode se sentir em paz (cf. Mt 26, 11ss). Eu explico:

Aqueles que encontram no aborto a solução ou mal menor, os pro-choice, resolvem a cultura da violência contra o mais fraco fazendo violência ao ainda mais fraco!


Com o aborto nessas situações, não precisamos construir uma sociedade que saiba respeitar a mulher, preservá-la na sua integridade física, emocional e social, não precisamos dar condições justa para que mulheres mães possam também progredir na sociedade.


Há uma gravidez por consequência de violência? Há uma gravidez que coloca em risco a ascensão social da mulher? Há uma gravidez que pode atrapalhar sua vida profissional? Simples: lavemos as mãos e que ela aborte. Tudo continuará como está, mas deixamos que ela sozinha, desamparada pela sociedade tome “a direção de sua vida”.


Por outro lado, muitos dos “cristãos fervorosos” que são inimigos desse atentado à vida, os pro-vita, desenvolvem uma empatia seletiva. São contrários ao aborto, mas não se preocupam com suas escolhas políticas nem com o rumo que está indo a sociedade. São contrários ao aborto, mas não são capazes de assumir responsabilidades simples como dividir com a própria família as responsabilidades do cuidado da casa...


Basta que alguém pronuncie o nome de Deus e estes nossos irmãos fervorosos ignoram outros preceitos bíblicos como o cuidado aos mais velhos. Há muitos cristãos “fervorosos” que nesse tempo de pandemia pouco se importaram com a consequência de suas aglomerações na vida de pessoas idosas ou com outras formas de vulnerabilidade. Para esses, o aborto também lhes traz paz porque quando se encontrarem no templo com o abortista poderão rezar “piedosamente” dizendo: “não sou como este pecador!” (cf. Lc 18, 9ss).


Um convite à reflexão

Queridos irmãos e irmãs, a pergunta sobre o aborto sempre será espinhosa, amarga e estéril (aliás...). Os pro-choice e os pro-vita precisam reconhecer que o aborto é a nova bacia de Pilatos: para os que o defendem como solução, não se modifica a cultura de violência; para os que o condenam, não se modifica a mesma cultura de violência e empatia seletiva.


Vamos refletir sobre os rumos da nossa sociedade e recomendo a vocês uma leitura muito propícia nesse momento: Violência doméstica e familiar contra a mulher - um problema de toda a sociedade (Paulinas, 2019). É uma obra coletiva publicada em parceria com o Instituto Patrícia Galvão que aborda o tema da violência que a mulher sobre em várias perspectivas, abordagens e caminhos de discernimento.


Estou à disposição para prosseguirmos a conversa. Vocês me encontram nas redes sociais com facilidade. Vamos dialogar com mais profundidade, lucidez e empatia.

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