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Foto do escritorcleiton viana da silva

5 PERGUNTAS PARA COLOCAR A CABEÇA NO LUGAR

Atualizado: 30 de jul. de 2020


No longo caminho da vida encontramos momentos em que precisamos voltar, mudar de rota, ou também precisamos continuar, mas o caminho será uma longa e exigente subida.


Mas podemos não estar preparados nem para voltar nem para prosseguir, então precisamos fazer uma revisão da nossa vida. E como fazer isso? Há certamente muita coisa a ser feita, eu indico cinco perguntas ou reflexões que podem ser ao menos um auxílio inicial.



Quais coisas tenho negligenciado a mim mesmo? De fato, corremos o risco de “deixar para depois” pequenas decisões do dia a dia que ficam martelando em nossa cabeça; a negligência é um problema porque somos ao mesmo tempo vilão e vítima. Além do mais, não se fala de negligência quando se omite o supérfluo, mas quando se omite o necessário.


O primeiro ponto importante sem o qual teremos dificuldade em prosseguir é este: reconhecer o que tenho negligenciado a mim mesmo. Posso estar negligenciando um pedido de perdão, uma mudança de atitude, um esforço maior...


O que hoje está diante dos meus olhos e ainda não consigo ver? Por mais trágico que seja, reconhecemos que em uma situação difícil que já enfrentamos havia coisas importantes que não enxergávamos. Depois que passou, começamos a ver melhor as coisas. O cômico é que depois tudo parece muito óbvio.


E hoje? Será que com um pouco de criatividade e coragem eu não conseguiria imaginar diferente, interpretar diferente as coisas? Será que tudo está tão sem solução assim ou é minha atitude que aumenta a dimensão do problema? Podemos rezar como aquele cego que disse a Jesus quando este lhe perguntou o que queria: “Que eu veja, Senhor!” (cf. Lc 18,41). Que eu veja as alternativas que tenho, as possibilidades que me são dadas porque nada escapa dos desígnios de Deus;


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Onde estou de verdade? Não se constrói uma casa sem o chão, não se conclui uma corrida sem ter um ponto de partida. Isso exige aprender a reconhecer e aceitar a situação em que nos encontramos. No geral fugimos da realidade com imagens de como poderiam ser as coisas ou pior ainda: idealizamos uma passado que não existiu 100% no modo como o pintamos.


Por isso, preciso aprender a acolher, aceitar e amar a situação em que estou. Aceitar a situação não é acomodar-se a ela, mas reconhecê-la como ponto de partida. Muitas vezes não conseguimos fazer mudanças porque rejeitamos nossa situação e ficamos sem ponto de partida, sem ter por onde começar. Se eu aceito a situação, posso sim procurar caminhos para enfrentá-la e superá-la.


Uma vez a situação entre Jesus e o povo que o acompanhava não era muito promissora: havia mais de cinco mil pessoas com fome... Quando reconheceram a situação (cf. Mc 6, 30-41), viram que tinham apenas cinco pães e dois peixes e ao colocar isso tudo diante de Deus todos puderam se alimentar e ainda sobrou... Reconhecer para mudar, aceitar para mudar;


Estou melhorando ou piorando? As encruzilhadas de nossos caminhos, esses momentos em que nossa consciência parece exigir de nós um diálogo mais profundo, geralmente nos coloca uma questão muito séria: estou melhorando ou piorando? Como pessoa, estou amadurecendo ou me infantilizando? Estou crescendo ou definhando?


Certamente a resposta não é simples, porque podemos caprichar muito num aspecto da vida e negligenciar em outros, mas no geral conseguimos intuir qual rumo estamos dando a nossa vida. E será essa pergunta que nos ajudará a saber se devemos “voltar” ou “prosseguir”, refazer o caminho ou iniciar a subida...


O que Deus quer de mim? Finalmente, a pergunta que aparece por último e que, no final das contas, acompanha toda essa reflexão é: o que Deus quer de mim? É claro que se alguém ignora que existe por um chamado de amor, essa pergunta não teria sentido.


Mas a fé é antes de tudo um relacionamento em que reconheço que existo em Deus, é seu amor que hoje me deu mais um dia de vida e ainda que tantas coisas pareçam negar que Ele exista e me ama, há dentro de mim algo que me impulsiona a prosseguir e a confiar nele. Assim, todas as coisas, todas, podem ser para mim uma Palavra de Deus. As alegrias e as tristezas, as conquistas e as derrotas são sempre um modo de Deus nos dar a sua Palavra.


Tenho certeza de que estas perguntas podem nos ajudar numa reflexão para cumprirmos nossa caminhada com serenidade e paz. Não são perguntas a serem respondidas aos outros, mas a nossa própria consciência que sempre é mais exigente que as outras pessoas. Quando somos honestos com nossa consciência, ainda que carregamos a cruz, o nosso fardo é leve. Não deixa de ser fardo, mas será leve porque o próprio Senhor estará ao nosso lado.


Repito a você este convite:


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